Chora a boneca seu triste segredo;
Chora na alma ,sem força na voz;
Chora de medo, na noite, a sós;
Chora a sina de triste brinquedo.
O vulto que vem e afaga seu corpo
Entre as sombras da noite escura
Mata a inocência da alma tão pura
Submetida a um triste aborto.
Mãos conhecidas invadem fronteiras
Numa sevícia de todo frequente
Pobre boneca! Cruéis brincadeiras!
Corpo invadido; o pranto silente,
Olhos fechados na casa inteira
Surdos ouvidos à dor tão pungente.
Jorge Linhaça
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